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    Como Escolher uma Plataforma P2P

    Neste texto, falei sobre quais eram os 3 melhores investimentos para iniciantes.

    Um deles, na minha opinião, são Empréstimos Peer to Peer (P2P).

    Empréstimos P2P são uma forma de investimento onde emprestas dinheiro diretamente a pessoas ou empresas através de plataformas online, sem a intermediação de um banco.

    O desafio que quero abordar hoje é como escolher uma dessas plataformas online (Plataforma P2P) para fazeres o teu primeiro investimento entre as dezenas de opções que existem por essa internet fora.

    Para isso, vamos usar o meu método de análise de Plataformas P2P, que eu apelidei de Método dos 5 R’s.

    O que é o Método dos 5 R’s?

    O Método dos 5 R’s é o método que eu utilizo para analisar Plaformas P2P. E porquê 5 R’s?

    Porque, na minha opinião, precisamos analisar 5 coisas diferentes (todas começadas por R) para determinar se uma Plataforma P2P é digna ou não da nossa confiança, ou por outras palavras, do nosso dinheiro.

    Os 5 R’s são: Resistência. Relatórios de contas, Regulação, Reviews e Reflexão final.

    1º R: Resistência

    A forma mais simples de se analisar a Resistência de uma Plataforma P2P é procurar há quantos anos essa plataforma existe.

    Quanto mais tempo uma Plataforma P2P está ativa, maior é o seu histórico de operações.

    Um histórico prolongado permite que os investidores avaliem como a plataforma tem gerido os empréstimos e como é que ela responde a diferentes cenários económicos, como crises financeiras ou recessões.

    Plataformas que sobreviveram a períodos de instabilidade demonstram maior resiliência e capacidade de adaptação.

    Esquemas geralmente duram pouco tempo.

    As Plataformas P2P têm de ter muito cuidado ao analisar os riscos dos empréstimos que disponibilizam aos seus investidores.

    A reputação de uma plataforma baixa consideravelmente cada vez que um mutuário (pessoa ou empresa que pede dinheiro emprestado) não consegue pagar o seu empréstimo.

    As Plataformas P2P mais antigas tendem a ter processos de avaliação de risco mais afinados.

    Estas empresas devem procurar sempre melhorar os seus modelos de análise de crédito e diversificar a sua base de mutuários, o que no fim acaba por reduzir o risco para os investidores.

    Plataformas novas podem ser mais arriscadas porque ainda não provaram a viabilidade do seu negócio a médio/longo prazo.

    A longevidade de uma plataforma também é um sinal de confiança por parte dos investidores.

    Se uma Plataforma P2P continua a atrair e manter investidores ao longo dos anos, isso significa que as pessoas estão satisfeitas com os seus serviços e confiam na sua segurança e fiabilidade.

    Por exemplo, a Estateguru é uma Plataforma P2P que está no mercado há 10 anos.

    Na minha opinião, só é possível estar no mercado há tanto tempo quando se faz um bom trabalho.

    E no caso de Plataformas P2P, isso significa ser correto tanto com os investidores como com quem utiliza a plataforma para financiar os seus projetos de imobiliário.

    2º R: Relatórios de contas

    Os relatórios de contas (ou relatórios financeiros) mostram se a plataforma é transparente nas suas operações.

    Plataformas que disponibilizam relatórios anuais e outras informações financeiras demonstram que não têm nada a esconder e que estão comprometidas em prestar contas aos seus utilizadores.

    Esta transparência só pode ser vista como um sinal positivo de confiança e de boa gestão.

    Através dos relatórios de contas, também é possível ver a saúde financeira da plataforma.

    Quanto melhor for esta saúde financeira, maior será a capacidade de suportar crises e de manter as operações no longo prazo.

    Plataformas P2P em dificuldades financeiras podem não ser capazes de garantir a continuidade dos empréstimos, e pior, não serem capazes de pagar aos seus investidores!

    O que devemos analisar nos relatórios de contas

    1. Demonstração de Resultados (Lucros e Perdas): ao analisar lucros e perdas é possível perceber se a empresa é lucrativa ou não. É possível entender se a empresa tem consistentemente lucro, ou se está a ter prejuízos ano após ano. De uma forma geral, empresas que operam com prejuízo de forma contínua estão em maior risco de falência.
    2. Passivos (Endividamento): Plataformas com muita dívida podem enfrentar problemas financeiros, especialmente se o fluxo de caixa não for suficiente para cobrir as suas obrigações. Verifica se os passivos (dívidas) não são desproporcionalmente altos em relação aos ativos da empresa. Esta parte depende de investidor para investidor, mas de uma forma geral, passivos entre 30% a 60% do total de ativos da empresa podem ser aceitáveis.
    3. Património Líquido (Capital próprio): analisar este indicador é importante porque isto demonstra a capacidade financeira da empresa. Um capital próprio positivo indica que a empresa tem mais ativos do que passivos, o que é um bom sinal. Um capital próprio negativo pode significar problemas de solvência, e isso é preferível evitar.
    4. Créditos Mal Parados (Taxa de Inadimplência): este indicador é importante porque informa sobre a qualidade dos empréstimos oferecidos na plataforma. Uma taxa de inadimplência elevada significa que muitos mutuários não estão a conseguir pagar os seus empréstimos, o que aumenta o risco para nós, investidores. O que queremos procurar são plataformas uma taxa de inadimplência o mais baixa possível.

    3º R: Regulação

    Plataformas P2P reguladas são vigiadas por autoridades financeiras, o que significa que devem seguir determinadas regras para proteger os investidores.

    Estas regras dependem da autoridade financeira mas incluem coisas como:

    • transparência na apresentação de informações sobre empréstimos e mutuários;
    • segregação de fundos, para garantir que o dinheiro dos investidores está separado das contas da plataforma
    • processos adequados de verificação de crédito, que minimizam o risco de empréstimos a mutuários com perfil de risco elevado.

    As Plataformas P2P reguladas estão sujeitas a auditorias e controlos por parte das autoridades financeiras, o que reduz o risco de fraude.

    Em Portugal, a autoridade financeira responsável por regular as Plataformas P2P é a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

    Plataformas P2P como a GoParity, a Raize ou a Querido Investi são registadas e supervisionadas pela CMVM.

    Outra autoridade financeira responsável pela regulamentação de algumas Plataformas P2P é o Banco da Lituânia. Muitas Plataformas P2P têm sede na Lituânia devido ao seu regime fiscal favorável, o que as levam a ser supervisionadas por esta autoridade financeira.

    Além disso, quando uma plataforma é regulada, os investidores sentem-se mais seguros para investir o seu capital nessa plataforma, porque sabem que há um enquadramento legal a proteger os seus investimentos.

    Quantos mais investidores uma Plataforma P2P tiver, mais lucrativa será, o que fará com que tenha maior longevidade, o que traz consigo todos os benefícios que já falamos no 1º R de Resistência.

    4º R: Reviews

    As reviews (ou avaliações) de uma plataforma de Empréstimos P2P são uma fonte essencial de informação para determinar a sua segurança.

    Embora estas reviews devam ser sempre analisadas com espírito crítico, podem oferecer insights valiosos que ajudam a avaliar a reputação e o desempenho da plataforma.

    Estas reviews são importantes porque:

    • refletem a experiência direta e real de outros investidores que já utilizaram a plataforma, fornecendo informações sobre a facilidade de uso da plataforma, transparência nas informações fornecidas, eficiência nos processos de investimento e de retirada de fundos e no suporte ao cliente.
    • podem identificar problemas repetitivos: se muitas reviews apontarem os mesmos problemas ou reclamações, isso pode ser um sinal de alerta. Problemas recorrentes como atrasos nos pagamentos, dificuldades no levantamento de fundos, falta de suporte ao cliente ou processos de verificação confusos são sinais de que a plataforma pode não ser tão segura ou confiável quanto parece.
    • podem identificar aspetos positivos: Plataformas P2P com várias reviews positivas indicam que a maioria dos utilizadores teve boas experiências, o que reforça a confiança na plataforma. Aqui devemos procurar por reviews que destacam pagamentos atempados, boa rentabilidade, processos fáceis de utilização e transparência na comunicação.
    • permitem comparar uma plataforma com outras disponíveis no mercado. Por exemplo, se uma plataforma tem, de forma consistente, pior desempenho nas avaliações em relação aos seus concorrentes, isso pode ser um sinal de que existem melhores alternativas para investir. Nas reviews, os investidores muitas vezes partilham quais são as vantagens e desvantagens comparativas de cada plataforma, o que nos pode dar mais informação para uqe possamos tomar uma decisão mais informada.

    O “rei” das reviews é o trustpilot. O trustpilot é um site onde podemos encontrar reviews de praticamente tudo. Basta pesquisar no google “trustpilot [nome da Plataforma P2P]” e temos logo acesso a várias reviews sobre essa plataforma.

    5º R: Reflexão final

    Como o próprio nome indica, é através deste quinto e último R que vamos decidir se determinada Plataforma P2P é boa o suficiente para depositarmos a nossa confiança, e investirmos o nosso dinheiro.

    E como é que vamos fazer isto?

    Através de um sistema de pontuação muito simples.

    Após fazer a análise de cada um dos R’s anteriores, vamos dar uma pontuação de 1 a 5 a cada um dos R’s, em que 1 significa que não estás satisfeito e 5 significa que estás muito satisfeito.

    Por exemplo, ao analisar o 3º R de Regulação, poderás dar 1 se a Plataforma P2P não for regulada por nenhuma autoridade financeira, 3 ou 4 se for regulada por uma autoridade financeira que não conheças muito bem ou que não tenhas total confiança, e 5 caso tenhas total confiança na autoridade financeira que regula a Plataforma P2P que estás a analisar.

    Depois de fazeres o mesmo para os restantes R’s, só precisas de somar os diferentes valores para obteres a pontuação total da tua plataforma.

    Caso a pontuação seja:

    • inferior a 12, então significa que o risco de investir nesta Plataforma P2P é alto;
    • entre 12 e 15, então o risco da Plataforma P2P é moderado;
    • superior a 15, significa que risco de investir nesta Plataforma P2P é baixo.

    No entanto, se algum dos R’s tiver uma pontuação de 1, então, à partida, não deverias investir nessa Plataforma P2P.

    E é assim que funciona o Método dos 5 R’s, o meu método para analisar Plataformas P2P.

    Usa e abusa deste método para escolheres as melhores Plataformas P2P do mercado e construíres um futuro melhor através dos Empréstimos P2P.

    Fica à vontade para enviar-me uma mensagem nas redes sociais com alguma dúvida ou com as tuas análises. Para mim é sempre um gosto ajudar e/ou discutir este tipo de assuntos.

    Caso aches que este texto adiciona valor, partilha-a com um(a) amigo(a).

    Um abraço,

    Edgar


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